Quem é “Meu Senhor e Meu Deus” mencionado em João 20:28?


Estava Tomé referindo-se a Jesus como “Deus” em  João 20:28 ?

Tomé

Este artigo foi baseado em um artigo escrito neste link, em seguida faço algumas considerações adicionais.

“Muitos religiosos costumeiramente apontam para João 20:28 como a “prova” de que este texto identifica Jesus como sendo “Deus”. Este verso na versão João Ferreira de Almeida, reza:

“E Tomé respondeu e disse-lhe:  Senhor meu e  Deus meu !”

Assim a questão é: Estaria Tomé com esta afirmação, fazendo uma confissão de que Jesus era o seu “Senhor e Deus”? Ou estaria Tomé, através destas palavras dirigidas a Jesus, exclamando a Jeová? O texto de João 20:28 é grandemente exaltado pelos trinitaristas, como nestas declarações:

 “A única e clara declaração da divindade de Cristo…” (Vincent Taylor, D.D., F.B.A. “Doesthe New Testament Call Jesus God?” in: Expository Times, Edinburgh, Scotland: T. & T. Clark, vol. LXIII, 1962, p.118).

“…a única e explícita confissão da divindade de Jesus Cristo no quarto evangelho.”   (The Anchor Bible Dictionary, David N. Freedman, Editor-in-Chief; Doubleday Publishers, 1992, vol. 6, p.529).

“…uma das mais claras afirmações da Divindade de Jesus, no Novo Testamento…” (Opening the Gospel of John, Philip W. Comfort, Ph.D. and W.C. Hawley, D.E., LL.D., Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers Inc., 1994, p.323).

“Esta é provavelmente a mais clara e simples confissão da divindade de Cristo encontrada no Novo Testamento.” New Geneva Study Bible, Bringing the Light of the Reformation to Scripture. New King James Version. (Thomas Nelson Publishers, 1995, p.1706).

Antes de escrutinizar este artigo, seria interessante ver o ponto de vista das Testemunhas de Jeová a respeito da Divindade de Jesus, no artigo: “Negam as TJ a divindade de Jesus?”

O escopo desta matéria é demonstrar pela gramática grega que:

1. Tomé não chamou a Jesus de “Deus” em João 20:28 e que; 

2. As suas palavras foram de fato, uma exclamação de louvor e agradecimento dirigidas a Deus, o Pai, pela maravilhosa ressurreição de Jesus.

As ocorrências  do nominativo e do vocativo no grego

O grego coiné, o idioma usado para se escrever o chamado  “Novo Testamento”, é uma linguagem flexionada que muda a soletração dos substantivos e, daí, a pronúncia, que depende de como estes substantivos são usados na sentença. No português isto não ocorre. (PESQUISE aqui ) 

 

Compare o uso da palavra Deus no português e no grego:

PORTUGUÊS                                                  GREGO

1. Deus é amor                                                     Theo’s – Caso Nominativo

2. A  Palavra de Deus                                         Theou’ – Caso Genitivo

3. Ele falou com Deus                                         Theo’ – Caso Dativo

4. A  Palavra estava com Deus                        Theo’n – Caso Acusativo

5. Deus meu, Deus meu                                    Theé – Caso Vocativo

Note que, no português, a forma da palavra “Deus” mantém-se sempre a mesma, independentemente de como funciona na sentença, ao passo que no grego a forma e a soletração mudam. No Grego Clássico (ou Ático) existe outra ocorrência usada chamada de “vocativo”. O uso desta forma aplica-se a uma declaração dirigida a uma pessoa. Em outras palavras, quando alguém fala, e a declaração é dirigida diretamente à aquela pessoa, a forma vocativa do substantivo é usada.

A ocorrência do vocativo: “O substantivo do grego ocorre de forma a identificar a pessoa ou coisa a que se dirige ou para a qual é usada“. (Ancient Greek: A New Approach, Carl Ruck, Department of Classical Studies, Boston University, Cambridge, MA, the MIT Press, 3rd printing, 1987, p.189).

À medida que a linguagem se desenvolvia, a ocorrência do vocativo deu lugar à forma do nominativo. Tornou-se ainda mais comum à medida que o coiné ou Grego Helenístico – o grego da LXX e do Novo Testamento – se desenvolveu.

Assim chegamos a uma parte vital desta explicação. O vocativo deu lugar ao nominativo, exceto — isto tem grande relevância — na palavra “Senhor” em grego, (ky’rios — forma nominativa). “Senhor,” na aplicação bíblica, não se conforma com este padrão. Isto também é verdade no caso da palavra dida’skalos, que significa “instrutor”, e talvez em mais algumas palavras gregas. A forma do vocativo para “Senhor” Ky’rie foi mantida pelos tradutores da LXX e pelos inspirados escritores do Novo Testamento, e a retenção desta forma para “Senhor” é a chave gramatical para entendermos João 20:28. Esta diferença vital entre o nominativo e o vocativo não discernível na tradução portuguesa”. 

Como vemos acima , no artigo escrito na página do CENTURIÃO, há 5 casos em grego no que se refere a substantivos , muito embora alguns defendam a existência de 8 casos: Nominativo, Genitivo, Acusativo, dativo e Vocativo. O caso nominativo destaca o sujeito de um verbo (um substantivo realizando uma ação), o caso genitivo destaca um substantivo como sendo o possuidor de um outro substantivo (por exemplo, na frase:  O chapéu do homem), o acusativo destaca o objeto de um verbo (um substantivo afetado por um verbo ), e um caso vocativo  é usado quando se dirige diretamente a um substantivo . No dativo um substantivo, pronome ou adjetivo é frequentemente usado como objeto indireto ou objeto direto de uma preposição. Vamos porém nos deter em apenas dois casos e seus exemplo, em vista da relevância para nossa pesquisa de João 20:28:

Exemplos dos casos nominativo e vocativo:

Nominativo : A garota assou um bolo. ( Aqui garota é o nominativo porque é ela que realiza o ato de assar)

O cachorro latiu para o carro. ( Aqui o cachorro é aquele que late)

Vocativos : Ei Mike! Para onde você vai ? (Aqui se dirige diretamente a Mike)

Legal ver você novamente Bob.( Alguém se dirige diretamente ao Bob.)

Observe  as formas no singular da palavra “Senhor”: (Não se esqueça que, no português, “Senhor” pronuncia-se e soletra-se sempre da mesma forma, o que não ocorre no grego em vista das terminações indicarem o nominativo ou vocativo)

  1. ky’rios……………………nominativo
  2. kyri’ou……………………genitivo
  3. kyri’o……………………..dativo
  4. ky’rion……………………acusativo
  5. ky’rie……………………..vocativo

Para enfatizar este ponto, no grego, existem  cinco diferentes formas da palavra “Senhor” e por isso, cinco diferentes pronúncias, dependendo do uso da palavra. Mas no português, “Senhor” é sempre pronunciado da mesma maneira, independentemente da forma como é usado.

A seguir, encontramos uma lista de cada ocasião em que no evangelho de João a palavra grega para “Senhor” é aplicado a Jesus no vocativo:

João

4:11 – Mulher Samaritana dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

4:15 – A mesma mulher dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

4:19 – A mesma mulher dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

4:49 – O assistente do rei dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

5:7 – Homem doente dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

6:34 – Multidão dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

6:68 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

9:36 – Cego curado dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

9:38 – O mesmo homem dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:3 – As irmãs de Lázaro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:12 – Os discípulos dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:21 – Marta dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:27 – Marta dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:32 – Maria dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:34 – Judeus com Maria dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

11:39 – Marta dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

13:6 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

13:9 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

13:25 – Discípulo dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

13:36 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

13:37 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

14:5 – Tomé dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

14:8 – Filipe dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

14:22 – Judas (não Iscariotes) dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

Após a ressurreição de Jesus:

20:15 – Maria dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

21:15 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

21:16 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

21:20 – Discípulo dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

21:21 – Pedro dirigindo-se a Jesus por “Senhor”

 

No Evangelho de João, antes e depois da ressurreição de Jesus, como podemos ver dos textos acima mencionados, cada declaração direta, dirigida a Cristo usando a palavra “Senhor” (ky’rie), falada direta e sobre Jesus, João usa sempre o vocativo. Não existe nenhuma exceção!

Repare, porém, que em João 20:28, não é “ky’rie” mas “Ky’rios” que é usado, o que indica que enquanto Tomé está falando para Jesus, ele não está falando SOBRE Jesus! Muitos eruditos apoiam a tese de que a declaração de Tomé foi de fato uma exclamação. Esta exclamação foi dita a Jesus, mas era uma declaração dirigida ao Deus Todo-Poderoso, Jeová. Seria o mesmo, por exemplo, que se um amigo meu que não me visse a muito tempo, ao se dirigir a minha pessoa, dissesse: “Meu Deus! Não acredito, é você?”

Portanto a palavra  κυριος é classificada como  um  substantivo  nominativo (n) masculino (m) singular (s).

Revendo a Septuaginta Grega (LXX), não existe uma única ocorrência válida, da forma gramatical semelhante à sentença de João 20:28, onde “ky’rios” aparecendo com “theo’s”  tenha o artigo com ky’rios, (o Senhor de mim e o Deus de mim) sendo usado como vocativo! Visto que é exatamente o que ocorre em João 20:28 (o uso de ky’rios, nominativo) e não ky’rie, nós não temos uma declaração direta para e sobre Jesus, mas uma declaração feita a Jesus – mas endereçada a outro!

Outra forma de dizer isto: Em João 20:28, nós encontramos na declaração de Tomé dirigida a Jesus, não ky’rie, mas ky’rios. Se Tomé nas suas palavras quisesse fazer a declaração “Senhor meu, e Deus meu” referindo-se a Jesus, então ele teria usado o vocativo ky’rie, como todas as declarações existentes no Novo Testamento quando referidas a Jesus como “Senhor”. Mas, visto que ky’rios é usado na sentença de Tomé, enquanto ele a dirigia a Jesus, é endereçada a outro – a Jeová, nomeadamente o “Senhor e Deus” de Tomé e do próprio Jesus! 

(Veja João 20:17 e Apocalipse 3:212 , onde Jesus chama – quatro vezes – a Jeová de “meu Deus”)”.

CONSIDERAÇÕES  ADICIONAIS

“O vocativo é o caso usado ao se dirigir a uma pessoa…. kurie (Ó Senhor), (Ó Deus) … são quase as únicas formas encontradas no N.T.” – pp. 14, 15, The New Testament Greek Primer, Rev. Alfred Marshall, Zondervan, 1978 printing.

Podemos ver um bom exemplo desta forma vocativa sendo usada no antigo texto da LXX em 1 Reis 1:20,21:

και συ κυριε μου βασιλευ

E tu meu senhor o Rei

Contudo no próximo versículo onde se fala do Rei Davi, ou seja, numa construção nominativa, semelhante a que encontramos em João 20:28, lemos a palavra “Senhor” em sua forma e soletração diferentes:

και εσται ως αν κοιμηθη ο κυριος μου ο βασιλευς

E certamente se dará que assim que meu senhor o Rei

Neste caso a frase está falando de Davi mas não COM DAVÍ (como se dá no caso vocativo).

Em Mateus 9:22 Jesus dirige a palavra a uma mulher e neste relato observamos o uso do vocativo:

θύγατερ· ἡ πίστις σου σέσωκέν σε

    Filha    a tua fé te fez ficar boa

Em harmonia com isso observe o que disse um Mestrado em Teologia :

“”E não é certeza que até mesmo as palavras  que Tomé usou ao se dirigir a Jesus (João 20:28) significa o que sugerem versões inglesas “ – (Britannica artigo escrito pelo Rev. Charles Anderson Scott, M.A., D.D. Dunn Professor do NovoTestamento, Theological College of the Presbyterian Church of England, Cambridge.)

Edwin Abbott, professor na Universidade de Cambridge e pregador na universidade de Oxford falando sobre o vocativo disse algo que dá o que pensar:

“O papiro egípcio usa KURIE livremente, mas nunca KURIOS vocativamente, ainda que se alegue.Há muita evidência dos Mss gregos existentes que [demonstram] que se o vocativo tivesse sido pretendido, KURIE teria sido empregado. Isto é confirmado pelas versões em latim onde ocorre ‘dominus.'” Edwin Abbott, em  Johannine Grammar 

Vamos encontrar algumas dessas ocorrências de KURIE no vocativo com o possessivo MOU , utilizando a versão da Septuaginta (ou LXX)  Brenton:
Juízes 4:18   “E Jael saiu ao encontro de Sísera, e disse-lhe: Vire-se, meu senhor, (KURIE MOU) vire-se  para mim, não tenha medo.”
1 Samuel (1 Reis LXX) 25:24E ela prostrou-se diante de Davi … mesmo a seus pés, e disse: Por mim, meu senhor, (KURIE MOU)  o meu mal”
2 Samuel (2 Reis LXX) 7:18, 19: “E o rei Davi entrou e sentou-se diante do Senhor, e disse: Quem sou eu, ó Senhor, meu Senhor, e qual é a minha casa, que me amaste a mim até aqui? Enquanto eu era muito pequeno diante de ti, ó Senhor, meu Senhor (KURIE MOU) “
Veja  também 2 Samuel 7:20, 22, 25, 28, 29, 14:19, 19; 1 Reis 1:13, 17, e muitos outros textos.
Uma pergunta que precisa ser respondida é… uma vez que o vocativo KURIE  com o pronome possessivo MOU não era incomum ao se dirigir diretamente a alguém, parece estranho não empregá-lo em João 20:28. Por que então, Tomé não usou o recurso comum de linguagem vocativa ?

A evidência é forte, portanto, de que Tomé NÃO estava se dirigindo  a Jesus, especialmente porque o vocativo   KURIE também foi usado livremente no  Evangelho de João em 4:11, 15, 19, 49, 5:7, 6:34, 68, 9:36, 38, 11:3, 12, 21, 27, 32, 34, 39; 13:6, 9, 25, 36, 37, 14:5, 8, 22; 20:15, 21:15, 16, 20, 21.

CONCLUSÃO:

Portanto, temos em João 20:28 claramente uma doxologia dirigida a Jeová, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Da mesma forma que alguém espantado diria, por exemplo:

“Meu Deus, é você que ressuscitou!” De fato, ninguém mais apropriado  para nos dar uma explicação a respeito deste texto, do que o próprio Apóstolo João, que menciona:

“Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que , por crerdes, tenhais vida por meio do seu nome” (João 20:31) 

Sim, Jesus é “o Cristo”, ou “ungido” que significa “escolhido”. Deus não é escolhido ou ungido por ninguém, antes, ele dá a unção. Ademais, o verso acima diz que Cristo é “o filho de Deus”, não “Deus filho” como dizem os defensores da trindade, criando frases e palavras que não existem nos manuscritos da palavra de Deus. Este é o contexto imediato do relato e está em plena harmonia com o restante da palavra de Deus, que demonstra que Jesus foi criado por Deus. (Apocalipse 3:14)

Alguns eruditos tem interpretado João 20:28 como sendo simplesmente “uma exclamação de espanto” feita por Tomé. E , muito embora alguns trinitários nos queiram fazer crer que tal exclamação é algo que simplesmente não existia na antiguidade, sabemos que isto simplesmente não é verdade. Por exemplo, Teodore, Bispo de Mopsuestia (350-428 A.D.) era “um teólogo cristão primitivo, o mais eminente representante da chamada Escola de Antioquia. …. tido em grande respeito, e participando de diversos Sínodos, com uma reputação para ortodoxia que nunca foi questionada.”

Este respeitado Bispo de Mopsuestia foi um dos primeiros e mais antigos trinitários e amigo de  John Chrysostom e de Cyril of Alexandria. – Encyclopedia Britannica, 14th ed., Vol. 22, p. 58. Este altamente respeitado, e antiquíssimo defensor da trindade escreveu  a 1600 anos atras , que a ’ a declaração de Tomé` em João  20:28 foi “uma exclamação de espanto dirigida a Deus.”p. 535, Vol. 3, Meyer’s Commentary on the New Testament (John), 1983, Hendrickson Publ.

Portanto, a interpretação das Testemunhas de Jeová é não somente contextualmente apropriada e harmonizada, como também gramaticalmente favorecida e em sintonia com a melhor erudição atual, como pode-se ver nas observações feitas por Daniel Wallace, que podem mui corretamente ser aplicadas por nós referente a João 20:28:

“'[A.T.] Robertson destaca que isto é “um tipo de  nominativo de interjeição,” algo relacionado a um momento de emoção. A chave para se identificar um nominativo de exclamação é: (1) a ausência de um verbo (muito embora possa ser empregado um), (2) a emoção evidente do autor, e (3) a necessidade de um sinal de exclamação na tradução . As vezes o  [omega] é usado com o nominativo.’Daniel B. Wallace,Greek Grammar Beyond the Basics, p. 60, Zondervan, 1996. (O sublinhado é meu) 



Veja Também:



9 comentários em “Quem é “Meu Senhor e Meu Deus” mencionado em João 20:28?

  1. Excelente. Não tem contra argumento. O probema é simplificar esta explicação, quando explicando para um leigo. Aliás, de leigo para leigo (no meu caso), porque esta conclusão só consegue chegar quem “escova bits”, como se fala na em TI.

    O que vou tentar me lembrar é o seguinte: “O idioma em que este texto foi escrito deixa bem claro que isto foi um exclamação de Tomé para Jeová”

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  2. Existe a opção de que do jeito que está no grego “O senhor de mim e O deus de mim” sugerem dois personagens diferentes, “O meu Senhor” e “O Meu Deus”, sim porque segundo os próprios trinitários, quando o artigo se repete é porque são dois seres referidos.

    Que é uma exclamação parece certo, Tomé estava descrente, quando viu a prova da ressurreição sua fé voltou e então ele aproveitou o momento para louvar `seu Senhor” e `seu Deus`, o que não fica claro é se em algum momento ele tenciona se referir diretamente a Jesus, aparentemente não é o caso, Tomé estava falando para si mesmo.

    Como em “Jesus do Céu! Meu Deus! O que é isso?”.

    A conclusão de que ele derre pente descobriu, concluiu e afirmou de que o ressuscitado Jesus Cristo com marcas de pregos nas mãos era o próprio Deus de Israel não faz sentido nenhum com a situação e nem com o contexto! A questão era se ele creria na ressurreição dos mortos e não se creria na Trindade. Ao crer na ressurreição isso fortaleceu sua fé no Senhor, no seu Deus, só falta-nos saber se com “Senhor” ele tinha Jesus em mente, já que tanto o Pai quanto o Filho são “Senhor”, pelo que se vê quando se estuda essa questão de “Kyrie x Kyrios” ele não teria Jesus em mente, pois não usou a forma usual de falar diretamente com alguém que está na sua frente (Kyrie).

    A Torre de Vigia sempre frisa esse ponto “não há objeção de Tomé chamar Jesus de “theos” SE É QUE ELE TINHA ISSO EM MENTE”, ela sempre deixa vago se realmente Tomé o fez nessa passagem, ela prefere tomar a passagem como uma exclamação, onde a confissão de fé e o louvor do “Deus de mim” está direcionada à Deus, o Pai. Porém ela diz que mesmo que se pensasse que “Deus” aqui foi dirigido a Cristo, teria de ser no sentido subordinado (Como em Jo 1:1,e 18), pois o próprio Filho tem um Deus acima dele. Por fim ela deixa a opção de que se estivesse tratando a Cristo ali como o “Anjo do Senhor”, que como REPRESENTANTE de Jeová, era tratado e referido pelos antigos crentes como se fosse Deus.

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  3. Ótima explicação do texto de João 20:28! Uma declaração como essa é perfeitamente compreensível vindo de alguém como Tomé. “Meu Deus, não acredito que é você!” foi uma comparação formidável com a declaração descrente de Tomé.
    Portanto, nada tem a ver com apoio a doutrina da trindade.
    A divindade de Cristo não é negada pelos amantes da palavra de Deus.

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  4. Esta palestra (em inglês) fala extensivamente do assunto, discutindo diferentes idéias, tanto de trinitários como de unitários sobre o assunto. Achei muito boa.

    [audio src="http://www.christianmonotheism.com/media/audio/Steve%20Katsaras%20--%20Deity%20of%20Christ%20%28John%2020.28%29.mp3" /]

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  5. Para mim, neste texto João estava fazendo uma enumeração de duas exclamações de Judas: Meu senhor! (reconhecendo que realmente era Jesus que estava ali na frente dele) e, Meu Deus! (Como as exclamações de espanto que fazemos hoje quando vemos algo extraordinário). Eu visualizo da seguinte forma: Os apóstolos tinham visto a Jesus e comunicado a Judas, que não estava na ocasião de que eles tinham visto a Cristo ressuscitado. Judas negou-se a acreditar, talvez crendo que era impossível de isso acontecer, já que ele tinha visto Jesus morrer, quem ressuscitaria a Jesus? Talvez na mente de Judas não houvesse alguém que pudesse realizar isso. Para acreditar nisso, Judas mesmo expressou: a menos que eu coloque a mão do seu lado (onde a lança havia penetrado) e visto o furo dos pregos de suas mãos (pelos quais Jesus foi pendurado no poste de execução) ele, Judas não acreditaria que seria realmente Jesus, podendo se tratar de alguém muito parecido se fazendo passar por este… Na próxima ocasião em que Jesus apareceu aos apóstolos e Judas estando entre eles, Jesus se dirige diretamente para Judas: Ponha a mão no meu lado e no furo dos pregos em minhas mãos (Tipo: estas são a provas que você queria para ver que sou eu mesmo que ressuscitei! Veja por si mesmo que sou eu mesmo, não há enganação, confusão, achismo. Sou eu!). Ao ver Judas teve a mesma reação que provavelmente teríamos se estivéssemos em seu lugar: Meu Senhor! (Tipo: É realmente o Senhor mesmo! O senhor realmente ressuscitou!) e em seguida exclamou: Meu Deus! (Tipo: Isso é tão extraordinário, tão excepcional, que só Deus pode explicar, só Deus pode ter feito isso!). A isso Jesus responde: para de ser incrédulo (afinal Jesus já havia informado aos apóstolos de que morreria e ressuscitaria no terceiro dia), felizes os que não viram no entanto creem. Os primeiros cristãos atribuíam a ressurreição de Jesus Cristo a Deus, como tendo ressuscitado a Jesus, e não que ele próprio havia se ressuscitado, ou que parte dele, ou outros de mesma substância o haveria ressuscitado, mas outra pessoa, no caso Deus ressuscitou a Jesus (Atos 2:24; 3:15; 4:10;5:30;10:40; 13:30,33; 17:31; 1Co 6:14; 15:15; 2Co 4:14; Gal 1:1; Col 2:12; Ef 1:17-23; Col 2:11 e 12; Hb 13:20 e 1 Pe 1:21), essa era a pregação apostólica, e era tão importante este fato,que a ressurreição de Jesus feita por Deus é um dos pontos centrais, básicos, da fé Cristã (1 Co 15: 12-17; Hb 6:1,2). Em 1Coríntios 15:15 é um versículo muito claro contra muito a trindade e da concepção de que a morte é somente uma passagem para a vida espiritual: Se Jesus é Deus ou parte de Deus, ele se ressuscitou? Se a morte é a simples liberação do espírito do corpo, que necessidade haveria de Deus ressuscitar a Jesus? Ele simplesmente já estaria no domínio espiritual e pronto, não haveria necessidade de ressurreição, muito menos que isso fosse realizado por outros. Jesus estava inativo na morte (no coração da Terra, como ele mesmo disse) e para retornar a viver era necessário que Deus o trouxesse de volta a vida, e foi isto que aconteceu! Era isto que os apóstolos pregavam! Por isso nada mais justo que Tomé, ao constatar que Jesus Cristo havia realmente ressuscitado, que era realmente ele, nada mais apropriado que ele atribuísse este fato estupendo a Deus! Por isso a expressão: Meu Deus! é muito apropriada. No contexto dos acontecimentos é fácil perceber que Judas não estava dizendo que Jesus era Deus, mas que a constatação de que Jesus mesmo havia realmente ressuscitado era um fato que só poderia ter sido feito por uma pessoa: Deus!

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  6. Não tem nada de uma simples exclamação. Se fosse para ser uma simples exclamação, Tomé não precisaria falar da forma como se expressou, dizendo: “Ó Senhor meu ‘e’ Deus meu”, mas somente “ó Senhor meu” ou Deus meu”, que isso ainda também seria pouco para informar que Jesus não seria Deus. Vocês são tão inteligentes, que em Apocalipse 17:14, e em Apocalipse 19:16, com Cristo já no céu é chamado de Κυριος, sendo que há um só Senhor dos senhores e não dois, Efésios 4:5.

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  7. Paulo diz em 1 Coríntios 8:5,6 que há “muitos senhores”. Ele era tão “inteligente” que sabia disso também. Quanto ao texto de João 20:28, pode muito bem ser vertido “Meu senhor e meu Deus!”.

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  8. Senhor qualquer pessoa do sexo masculino pode ser. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pronome_de_tratamento

    Jesus é Senhor dos Senhores porque foi designado Rei por Deus conforme lemos em Atos 2:36 que diz:

    “Portanto, que toda a casa de Israel tenha a plena certeza de que Deus o fez Senhor e Cristo, a esse Jesus, que vocês mataram numa estaca.”

    Daniel 7:13,14 mostra que Jesus foi conduzido até Jeová Deus que o fez “Senhor”. Mesmo assim esse “Senhorio” não será para sempre conforme lemos em 1 coríntios 15:28.

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