Era a “cruz” um instrumento comum de execução na Roma antiga?

Muitos tem repetido que “não importa em que Cristo morreu, mas o que importa é que ele morreu para nos resgatar”. Para outros porém esta pergunta importa e muito, visto que a cruz é usada como objeto na adoração por milhares de pessoas. Na verdade, muitos livros, dicionários e enciclopédias dos últimos 100 anos tem usado a palavra “cruz” com muita enfase. Pastores, padres e outros  tem dado destaque a cruz nos cultos e liturgias. Mas o  que muitos que se consideram “professores entendidos” , “enciclopedistas” e até mesmos “teólogos ” não fizeram foi a lição básica de casa. A saber, examinar os textos antigos com sobriedade e dedicação. Faltou-lhes amor, afinco e responsabilidade na pesquisa. Infelizmente, os “mestres” do século passado e tradutores de obras antigas do grego,  ignoraram que a palavra STAURÓS, usada no N.T,  jamais significava especificamente “cruz” tal qual a conhecemos hoje. Iludiram e arrebanharam súditos e seguidores na febre religiosa, quer católica ou outra, a crerem piamente que as representações artísticas da morte de Cristo era exatamente o que aconteceu. Outros repetem com base em afirmações sem verificação que a cruz como a conhecemos hoje era o instrumento usado no caso de Cristo.  A cruz passou a ser usada como símbolo “sagrado”, somente para se ver depois que tal objeto é de origem pré-cristã e remonta a adoração do antigo Egito bem como da antiga Babilônia. Ou seja, um objeto pagão, como diriam os mais devotos do cristianismo adotado de religiões não cristãs ou “pagãos”.

Veja reportagem da Revista Caras onde Gugu Liberato ouve informação de que “não houve uma cruz no caso de Jesus”

“A cruz na forma de ‘Cruz Ansada’ . . . era carregada nas mãos dos sacerdotes e reis-pontífices egípcios como símbolo de sua autoridade como sacerdotes do deus-Sol e era chamada ‘o Sinal da Vida’.” — The Worship of the Dead (Londres, 1904), Coronel J. Garnier, p. 226.

Madeiro não é cruz

Para piorar, sabe-se agora que Jesus foi pendurado em um STAURÓS . Do ponto de vista léxico uma simples estaca ou viga que uma vez avaliada com outras referências bíblicas, descarta-se a ideia de uma cruz tradicional.  Não adianta dizer que STAURÓS pode significar também uma cruz exatamente como a conhecemos hoje em vista das declarações de textos bíblicos que evidenciam contra isso. (Galatas 3:13) Madeiro refere-se a um lenho e tem como definição básica uma viga ou poste de madeira. É um substantivo no singular e sua acepção primária é esta. Alguns de uns anos para cá movidos por teologia estão definindo “madeiro” como sendo “cruz” e desta forma agradando a muitos, diluindo o significado da palavra madeiro. Ainda assim, a definição primária é a de um lenho. Em outros idiomas não se consegue fazer esta acrobacia e a palavra não apresenta ambiguidade alguma. Madeiro é um lenho ou viga e ponto final.

Será que tal afirmação procede?  Gunnar Sammuelsson Teólogo e Erudito da Universidade de Gothenburg escreveu uma tese de 400 páginas depois de 3 anos e meio, onde verificou, usando metodologia acadêmica  que a literatura em grego antigo, o grego koine, bem como literatura hebraica e em latim não apresentam a cruz como simbolo comum de suplício, nem mesmo nos dias da Roma antiga. Os historiadores e pesquisadores não encontraram nenhuma evidência que confirme o uso da cruz entre os primeiros cristãos. É interessante que o livro History of the Cross (História da Cruz) cita um escritor do fim do século 17 que perguntou: “Será que o santo Jesus se agrada de observar seus discípulos glorificando a imagem daquele instrumento de punição capital no qual ele [supostamente] sofreu com paciência e inocência, desprezando a vergonha?” Como você responderia?

A pesquisa de Gunnar Sammuelsson que incluiu literatura que remontam a 800 anos antes de Cristo até 200 A.D bem como o texto do N.T, revelou que Jesus foi pendurado em um simples poste ou viga descrito nas Escrituras do chamado Novo Testamento, pela palavra grega “stauros”.
Observe as declarações de Sammuelsson conhecido como um Erudito e Pastor cristão piedoso e dedicado:
“O problema é que a descrição de crucifixos são notavelmente ausentes na literatura antiga” diz o Erudito. “As fontes nas quais se supoem achar algum entendimento estabelecido do evento, realmente não diz nada”
O grego antigo, latim e a literatura hebraica desde Homero até o primeiro século D.C descrevem um arsenal de penas onde se praticava a suspensão, mas nenhuma menção a “cruzes” ou “crucificação”.
O Senhor Samuelsson, da Universidade de Gothemburg, acrescenta: “Por conseguinte, o entendimento contemporâneo da crucificação como um castigo é severamente contestado.”
“E o que é ainda mais desafiador é que pode se concluir o mesmo dos relatos da crucificação de Jesus. O Novo Testamento não diz tanto quanto nós gostaríamos de acreditar.”
Qualquer evidência de que Jesus foi deixado para morrer depois de ser pregado em uma cruz é extremamente escassa – tanto na literatura antiga pré-cristã e extra-bíblicos,bem como na Bíblia.

Samuelsson , que é cristão comprometido, admitiu que sua análise foi de encontro com seu coração e sua fé religiosa que é fácil reagir emocionalmente em vez de lógica.
Samuelsson, afirma que os textos em que se descreve a execução de Jesus não descrevem como Cristo foi anexado ao dispositivo de execução.Ele disse:

Este é o coração do problema. O texto das narrativas da Paixão não são exatos e detalhados de informações, como nós, cristãos, por vezes, queremos que ele seja.” Samuelsson disse:

“Se você está procurando textos que descrevem o ato de pregar as pessoas a uma cruz, não encontrará em lugar algum no Evangelho.”

“Muito da literatura contemporânea usam a mesma terminologia vaga – incluindo os relatos em Latim . Nem a palavra latina crux automaticamente se referi a uma cruz, enquanto patibulum referem-se ao feixe de cruzamento. Ambas as palavras são usadas em um sentido mais amplo que isso.” Samuelsson disse também :

“Que um homem chamado Jesus existiu naquela parte do mundo e quando, é bem documentado. Ele deixou uma impressão bastante forte na literatura da época. “
“Eu acredito que o homem mencionado é o filho de Deus. Minha sugestão não é que os cristãos devam rejeitar ou duvidar do texto bíblico… devemos ler o texto como ele é, não como nós pensamos que é. Devemos ler nas linhas, e não entre as linhas. O texto da Bíblia é suficiente. Não precisamos acrescentar nada”.

É importante se Jesus morreu numa cruz ou estaca?

Observe o que diz certa página na internet sobre este assunto:

“Faz realmente diferença se a pessoa preza a cruz, conquanto não a adore?

Como se sentiria se um amigo seu muito prezado fosse executado à base de acusações falsas? Faria uma réplica do instrumento de execução? Será que o prezaria, ou, antes, o evitaria?

No antigo Israel, os judeus infiéis choraram a morte do falso deus Tamuz. Jeová falou a respeito do que faziam como sendo ‘coisa detestável’. (Eze. 8:13, 14) Segundo a história, Tamuz era um deus babilônio, e a cruz era usada como símbolo dele. Babilônia, desde seu início, nos dias de Ninrode, era contra Jeová e inimiga da adoração verdadeira. (Gên. 10:8-10; Jer. 50:29) Portanto, quando alguém preza acruz, está honrando um símbolo de adoração que é contra o verdadeiro Deus.

Conforme declarado em Ezequiel 8:17, os judeus apóstatas também ‘estenderam o rebento ao nariz de Jeová’. Isto lhe era ‘detestável’ e ‘ofensivo’. Por quê? Este “rebento”, segundo explicam alguns comentaristas, era uma representação do órgão sexual masculino, usado na adoração fálica. Como deve, então, Jeová considerar o uso da cruz, que, conforme vimos, era antigamente usada como símbolo na adoração fálica?”

1 Cor. 10:14: “Meus amados, fugi da idolatria.” (Um ídolo é uma imagem ou símbolo que é objeto de intensa devoção, veneração ou adoração.)

Êxo. 20:4, 5MC: “Não farás para ti imagens esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe embaixo, na terra, ou do que existe nas águas, por debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto.” (Note que Deus ordenou que seu povo nem mesmo fizesse uma imagem,diante da qual as pessoas se curvassem.)

É de interesse o seguinte comentário na New Catholic Encyclopedia: “A representação da morte redentora de Cristo no Gólgota não ocorre na arte simbólica dos primeiros séculos cristãos. Os cristãos primitivos, influenciados pela proibição de imagens esculpidas do Velho Testamento, relutavam em representar até mesmo o instrumento da Paixão do Senhor.” — (1967), Vol. IV, p. 486.

Concernente aos cristãos do primeiro século, a obra History of the Christian Churchdiz: “Não se usava o crucifixo e nenhuma representação material da cruz.” — (Nova Iorque, 1897), J. F. Hurst, Vol. I, p. 366.

Reportagem do Jornal THE TELEGRAPH

PÁGINA DE GUNNAR SAMUELSSON

PARA UMA CONSIDERAÇÃO SOBRE “ESTACA” 

POR QUE OS VERDADEIROS CRISTÃOS NÃO USAM A CRUZ NA ADORAÇÃO

O NOME DE DEUS- Deve Aparecer no Novo Testamento?

O que a Bíblia diz sobre o uso do sangue?